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domingo, 30 de março de 2008

O valor de um abraço




Alguém uma vez me disse que não basta você terminar seu dia e pensar "eu não fiz nada de ruim hoje", você deve ir dormir pensando "hoje eu fiz o bem."

Conheci uma realidade que eu nunca havia visto antes...um lar de crianças que vivem e crescem sem as mães. Elas moram todas juntas, algumas serão adotadas, outras não. Elas dormem todas juntas, e precisam dividir as camas, já que não há suficiente. Muitas não usavam nem chinelinhos de dedo, tinham roupas simples, rostinhos meigos.
Não pareciam ser mal tratadas, mas a carência de todos era evidente...

Servimos cachorro-quente e refrigerante, eles sentaram na mesa, se comportavam direitinho e nos chamavam de "tia" e "senhora". Ninguém nunca me chamou de senhora antes...hehehe. Mas era uma forma cheia de carinho. Eu nunca tive muito jeito com crianças, no começo fiquei com vergonha, sem saber como agir. Mas foi só a gente se sentar no sofá que eles vinham e sentavam por perto, pegavam no nosso braço, conversavam com a gente. Respondiam todas as perguntas.

Pareciam crianças tímidas, mas muito curiosas. As meninas pegavam na minha pulseira e queriam também, mas eu não poderia dar pra uma e deixar as outras chupando o dedo.
Então uma menina me perguntou:
-A senhora mora com a sua mãe?
E eu disse que sim...mas que iria me mudar. Ela disse que conhecia a mãe, e que ela ía visitá-la às vezes. Eu falei: "A minha mãe tem uma escola de ballet", ela me olhou e perguntou com olhinhos tão sinceros:
"O que é ballet??"

Acho que ninguém nunca me perguntou isso, e eu jamais imaginaria que uma menina de uns 8 anos não teria essa noção, que pra mim, sempre foi tão natural. Ela nunca teve o sonho de vestir uma fantasia, nunca admirou uma bailarina dançando na sapatilha de ponta e fazendo piruetas seguidas. E isso, de uma certa forma, me causou impacto.



Nós sempre achamos que a vida que levamos é mais que normal, ou até mesmo muito menos do que gostaríamos. Sempre queremos mais, nunca é o suficiente. Acabamos por não perceber que temos tanta sorte, que a vida nos sorriu e somos tão ingratos.
Eu não me excluo disso. Por isso que devemos sempre sim, buscar, aumentar nosso conhecimento, nossa paz de espírito...

Não sei se posso dizer que eu fiz o bem. Não me doeu nada, não me foi obrigação. Eu curti muito e aqueles momentos me deram alegria. Mas eu não fiz mais do que deveria fazer todos os dias.
Ao mesmo tempo, é tão triste ver uma realidade um tanto alarmante. E o mais triste é saber que existem lugares muito piores.

Na hora da gente ir embora, todas as crianças queriam nos abraçar. Vinham as pequenas e as grandes, de braços abertos, cheias de amor. E isso me valeu o dia.

Obrigada Gabi, por me convidar :)

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Perguntaram ao Dalai Lama....
"O que mais te surpreende na Humanidade?"
E ele respondeu:
"Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer. E morrem como se nunca tivessem vivido."



sexta-feira, 28 de março de 2008

Um dia de frio e reggae


Um pouco mais de 1 mês atrás, meu namorado tinha que fazer uma entrega no sul da Suécia, uma cidade que há muito eu queria conhecer, Malmö.Eu fiquei extremamente feliz, além de não ter que pagar nada, a gasolina seria paga e mais pelo serviço
;) Nada mal, hum? E ainda por cima iria poder conhecer pessoalmente uma amiga que conhecia pela internet, muito querida.

Fazia muito frio, e ventava ainda mais! O sol só decidiu nascer quase às 9 da manhã, e mesmo assim, ficou o tempo todo escondidinho. A cidade é muito linda, pequenina e com uma bela arquitetura. O povo tem um sotaque diferente, mas pouco perceptível pra alguém que não domina a língua nem de longe, como eu. hehe

Encontramos minha amiga Rhayssa e sua filhinha, que dormia como um anjinho. Tivemos um dia bom, conversando, comendo e passeando pela cidade...Foi numa ruazinha que vimos 2 caras tocando uma música muito agradável, que dava vontade de sair dançando. Um reggae alegre no inverno frio e escuro da Suécia. Eu fui toda morrendo de vergonha, dei umas coroinhas e perguntei de onde eles eram, com meu espanhol capenga que sempre se entrelaça com o inglês que meu cérebro quer mandar...hehe. Dois argentinos sorridentes. O pequeninho pulava bastante nas músicas, dançava de um jeito cativante. Algumas pessoas paravam pra apreciar, outras seguiam em frente...Nós ficamos ali uns 10 minutos, e ainda bem, que Ericolito teve a brilhante idéia de filmar os dois, e por isso estou escrevendo este post hoje. No fundo dá pra escutar Rhayssa e eu papeando... :) lembranças de um dia muito bom!




Me peguei lembrando desse momento tão único, e de como Eric e eu pensamos em chamá-los pra ir à Göteborg de carona, mas ficamos sem graça de oferecer um lugar tão desconfortável no carro pra dois estranhos. hehe Acho que a vida precisa de mais momentos como esse, de artistas, de paz. Fico pensando em qual será a história daqueles dois, como foram parar num lugar tão distante, e onde estarão agora. Acho que afinal, o mundo não é tão grande, e as pessoas nem são tão diferentes.

Ao som de Redemption Song, do Bob Marley. Em homenagem ao meu suequím que colocava essa música pra eu escutar, só porque ele sabe que eu adoro de paixão.

http://www.youtube.com/watch?v=p7pAvbjChQM

Beijo no coração e paz! :)

quarta-feira, 26 de março de 2008

Maravilhas tropicais



Nada como olhar pela janela e ver que o cocoqueiro está recheadinho de cocos! E depois ver que seu paizinho tirou um monte do pé e tem mais de 30 na sua varanda!!!
Ainda por cima tem uns gelados e cortados na geladeira, só esperando o primeiro a beber essa maravilha tropical!

Se tem uma coisa boa no Brasil é poder ir em qualquer canto e poder pedir uma variedade enorme de sucos. Com leite, sem leite, de todas as cores e cheiros. Um bom suco de laranja fresquinho, sem gosto de química, vem sem açúcar, porque é inteiramente natural.

Papi, preciso de uma camera digital que caiba na minha mão!!! hehehe :D


Beijinhos!!

terça-feira, 25 de março de 2008

As surpresas do correio

Hoje em dia, quase ninguém se importa com o correio, a não ser pra receber revistas e cobranças. A gente recebe carta da telefônica, do Banco, conta de luz e de água, propaganda do supermercado...mas o velho e bom costume de se mandar cartas à quem se gosta, foi praticamente esquecido. A internet diminuiu as distâncias, mas também a intimidade.
Ainda bem que nem todo mundo deixou as cartas de lado, pra mandar um pedacinho de si, mandar uma flor perdida na neve, escrever de forma pessoal, mostrar uma letra feita com carinho...
Devo confessar que há uns 2 anos, por ter começado a receber cartas de uma pessoa querida, o correio virou um símbolo especial pra mim. Quando eu vejo alguém com aquela roupinha amarela e azul, parece que meu sorriso se torna mais fácil. Eu posso estar no carro, distante da minha casa, aquela pessoinha nem tem cartas pra mim e eu sei, mas sinto que assim como pra mim já trouxe notícias doces, aquela pessoa pode estar indo alegrar o dia de outras pessoas.

Ontem tive uma excelente surpresa! Bom, tá, eu já sabia que algo estava pra chegar, mas mesmo assim foi ótimo receber e eu não sabia tudo que haveria dentro.
Como sempre, Eric Christian, meu sueco fofo de paixão, me mandou presentinhos via correio, no envelope verde-limão de costume.

As escadas que eu normalmente detesto ter que subir e descer, viraram apenas poucos instates pra atingir meu desejado presente. A Sílvia, que já deve me conhecer bem por perguntar se recebi algo, estava lá e tinha acabado de me fazer a pessoa mais feliz do prédio. Agradeci dez mil vezes e subi correndo, morrendo de curiosidade.
Lá estavam meus presentinhos, cada um especial na sua própria maneira de ser.

Vou também colocar uma foto pra agradecer quem fez tudo isso, que sempre me vem com surpresas doces, cheio de amor. Foto da nossa viagem pra Dinamarca, Fredrikshavn...

Estava ventando só um pouquinho, hehe, num dia de inverno em fevereiro, mas também super ensolarado. Uma cidade pequena, uma viagem curta, mas ótima, principalmente a companhia.

Obrigada por me mandar as fotos älskling!

Beijo no coração!

segunda-feira, 24 de março de 2008

Olá...

queria escrever hoje sobre saudades. Saudades de quem está longe, de quem está perto mas tão distante, de quem eu nunca vi nem nunca vou ver. Saudades do que já passou e que não foi aproveitado, ou que foi aproveitado, mas que faz muita falta.
Saudades de quem vou ter que viver distante, saudades de quem vai e de quem fica. Dos amigos e família que se espalham pelo Brasil e o mundo.

Pessoas tão queridas que às vezes nem sabem o valor que tem, pessoas simples de coração que são capazes de mudar nossa forma de ver o mundo e a vida. Que com muito pouco fazem a gente se sentir mais feliz, fazem tudo valer mais a pena.


Especialmente, quero falar sobre uma pessoa que eu conheço há tanto tempo, que não faço idéia do dia que a conheci, provavelmente eu nem sabia falar, nem ela. A amizade mais real que eu já conheci, e com certeza única. Que podem se passar dias, meses e anos, e ainda vou poder confiar o que eu quiser, sem duvidar.

Nataly Santana de Matos. À grande amiga que eu tenho, por quem eu torço sempre, que agora vamos ficar bem mais distantes, mas nem por isso menos confidentes. Uma das almas mais lindas que eu já vi, intel
igente, cheia de capacidade e força.

Me desculpa pela foto com cara de louca...hehehe.
Te amo!