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domingo, 18 de dezembro de 2011

Coisas do natal sueco...

Falta menos de uma semana para o natal e parece que eu finalmente entrei no espírito natalino. Na Suécia o natal é uma época muito especial, talvez porque as festividades facilitam a passagem do inverno, traz muita luz à cidade e às casas. Faz com que a escuridão e o frio sejam mais fáceis de aceitar, afinal  luz de velas não combina com o verão, certo?

A Suécia tem também muitas tradições natalinas, algumas que começam logo em meados de novembro, junto com as decorações. Muitas delas são comidas típicas suecas de natal, mas não tanto comida para a ceia, mas sim para a época do natal. Eu não sei se sou muito desligada, mas eu tenho a impressão que no Brasil não temos algo do tipo, ou temos? Me corrijam se eu estiver errada...

Algumas das tradições já contei uma vez, dois anos atrás nesse post: http://mundodalua88.blogspot.com/2009/12/tradicoes-natalinas.html


Nesse post antigo eu contei sobre o "glögg" e sobre "pepparkaka". Mas uma outra comida típica natalina é o "lussekatt" que é um pão de açafrão. 



 Esse pão doce é típico durante a comemoração do dia de Santa Lucia, no dia 13 de dezembro, mas mesmo um pouco antes e depois dessa data é comum se comer lussekatt em toda a Suécia.

Geralmente o pão é feito nesse formato da foto, em um "S", e em cada "rolinho" se coloca uma uva passa. Ele tem uma cor e cheiro muito característico, devido ao açafrão, que é um dos ingredientes mais importantes quando se faz "lussekatt".

Conta a lenda que o pão vem da Alemanha, desde o século 17, e que havia uma crença de que Lúcifer (o diabo) disfarçado de gato - por isso o nome "lusse" de lúcifer e "katt" de gato - castigava as crianças e que Jesus no corpo de uma criança distribuía o pão doce às crianças bondosas. Segundo a lenda também, a cor amarela do pão representa a luz, para afastar os espíritos ruins.


 Quem quiser fazer o pão doce, segue aqui a receita:

Ingredientes: (para 30 pães)

* 720 g de farinha de trigo
* 300 ml de leite
* 100 g de açúcar
* 1 ovo
* meia colher de chá de sal
* 25 g de fermento
* 1 pacotinho de açafrão  (0,5g)
* 60 uvas passas
* 1 ovo para "pincelar" (?) em cima do pão

Modo de fazer:

1. Derreta a manteiga em uma panela e em seguida despeje sobre o leite. Deixe-a esfriar até 37 graus e coloque em um liquidificador. Adicione o fermento e mexa até que ele se dissolva. Adicione o açafrão, sal, açúcar e ovos.

2. Misture metade da farinha. Em seguida, adicione o resto da farinha até a massa ficar mais grossa.
3. Amasse a massa por 15 minutos. Em seguida, deixe a massa descansar, à temperatura ambiente, coberto com uma toalha, por 30 minutos.

4. Corte a massa em pedaços de cerca de 60 gramas. Faça primeiro bolinhas, e em seguida rolos. Deixe-os descansar por um minuto.

5. Role os pedaços em formas retangulares, cerca de 30 centímetros de comprimento. Molde-as como "lussekatter", enrolando em forma de S. Use farinha se a massa estiver grudando. 

6. Coloque pães em uma assadeira com papel manteiga. Pressione passas em cada extremidade.

7. Cubra os pães com uma toalha e deixe-os descansar por cerca de 45-60 minutos. Os pães irão crescer o dobro do seu tamanho. Pré-aqueça o forno a 230 graus. Quebre o outro ovo em um copo e misture.

8. Pincele o ovo por cima dos pães e asse-os por cerca de 6 minutos. Eles devem ficar brilhantes.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um beijo e um abraço?


Eu já moro na Suécia há três anos e meio - é, o tempo passa MUITO rápido - mas ainda tem certas coisas que me surpreendem no comportamento das pessoas.

Que pessoas estranhas se cumprimentam com um aperto de mão (ao mesmo tempo em que dizem seu nome) e não com um beijo e um abraço, isso eu já estou acostumada faz tempo. Tanto é que já até cometi a gafe de fazer isso no Brasil e receber olhares desconfiados: "qual é o problema dessa menina?" devem pensar!

Mas e quando você conhece a pessoa há semanas? E quando você vai se despedir de alguém que você conhece mais ou menos bem e sabe que não vai vê-la nas próximas semanas? Você abraça? Dá um aperto de mão? Ou você se inclina pra trás e dá um tchauzinho meio sem graça? 


Acredite ou não...tem sueco que opta pelo última alternativa! Tá, desculpa eu ser assim tão crítica, mas certas coisas são mesmo esquisitas e pronto!  

Devo deixar claro que nem todo mundo é assim...minha amigas mais próximas da faculdade são super fofas e sempre me cumprimentam com um abraço. Hoje foi nossa última aula antes do recesso de natal e uma menina que eu gosto bastante mas não sou tão próxima assim me viu e disso "ah, deixa eu te dar um abraço de despedida, você é tão fofa, feliz natal!" Fiquei super feliz e ao mesmo tempo surpresa. O curioso é que tinha mais duas pessoas ao lado dela - da minha sala também - que só sorriram e me desejaram boas férias...

Eu não levo pro lado pessoal, e se acontecer com você, também não leve. É assim mesmo, pra muitos suecos um abraço é realmente algo íntimo só para os mais próximos, às vezes nem para eles!

Portanto se alguém te "negar" um abraço (o que já me aconteceu algumas vezes), não fique chateado, nem ache que é só com você. Por outro lado, se alguém te abraçar saiba que é um bom sinal!

Na dúvida: sorria! Esse sempre funciona e é sempre bem-vindo! 
 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Viver na Suécia no inverno é...

...sair de casa quando o sol está nascendo (apesar de ser 8 da manhã) e voltar quando o sol já se pôs.

...colocar luva, meia de lã, bota, casaco grosso, 3 voltas de cachecol no pescoço e gorro pra sair de casa e perceber que você ainda está com frio.


...se preparar pra dormir, colocar o pijama e perceber que só são 20:30h!


...andar quase correndo, não porque você está com pressa, mas pra esquentar seu corpo!


....pegar o bonde/ônibus/metrô pra andar só uma estação, porque seus dedos estão congelando.


...pendurar reflexos na sua bolsa ou casaco (ou nos dois) pra que os motoristas percebam que tem alguém atravessando a rua no meio da escuridão.


...andar com uma garrafa térmica com café na bolsa pra não adormecer no meio do dia.



Nem sempre o inverno é fácil! Mas não se esqueçam que depois dele sempre vem a primavera, com luz, flores e cores!

Eu de volta!

Oi Gente! Faz tempo, eu sei...Tenho um monte de coisas pra escrever, vou ver se faço uma lista de tudo pra não esquecer! O inverno chegou, Eric e eu fomos para Edimburgo, eu fiz aniversário...tenho tido trabalho por cima de trabalho na faculdade...

Fico muito feliz de receber recados e emails dos que lêem meu blog, na verdade se não fosse por todo o "feedback" positivo que eu recebo de vocês eu provavelmente já teria largado o blog! hehe
Queria também pedir que vocês mandassem perguntas por email (luadandararangel@hotmail.com), porque eu vejo quando deixam comentários em posts antigos, mas eu acabo esquecendo em qual foi e a pergunta se perde pelo blog. No meu email eu tenho uma pasta separada só pra emails relacionados ao blog, onde eu posso organizar o que eu já respondi ou não. 

Adoro poder ajudar com o que eu sei, mas também lembrem-se que não sou expert sobre a Suécia, e muitas coisas eu não sei como funcionam ou o que eu conto vai muito da experiência que eu tive, ou seja, nem sempre será igual pra todo mundo ou ás vezes o sistema pelo qual eu passei já pode ter mudado.

Um dos posts em que eu mais recebo comentários, é sobre o sistema de educação sueco. Algumas regras mudaram desde o ano passado, uma delas é relacionada à estudantes estrangeiros sem visto e sem cidadania européia. Se alguém estiver com dúvidas ou precisando de ajuda, me mande um email que ajudarei no que for possível. 

/Lua.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ahhh...a Itália!!!!

Faz dias que voltei da Itália mas tenho estado tão ocupada com a univesidade que mal tive tempo pra sentar na frente do meu computador e escrever contando da minha viagem...

Foram 4 dias maravilhosos, que passaram rápido demais. A Itália era tudo o que eu esperava e um pouco mais. Talvez um pouco mais fria do que eu gostaria, mas afinal de contas, nós visitamos o norte da Itália então eu talvez não deva reclamar muito.


Viajei com 9 mulheres brasileiras, então já imaginam a farra e a atenção que 10 mulheres atraíam... Logo na primeira noite quando saímos pra jantar ganhamos vinho, grapa, uvas e cogumelos deliciosos como cortesia das nossas mesas vizinhas. Ficou logo bem claro que não estávamos na Suécia, porque sinceramente...isso NUNCA aconteceria na Suécia, especialmente a atenção descarada que os italianos dão às mulheres.


Ficamos hospedadas em um hotel em Milão, mas também visitamos Veneza e Lago di Como. Então começando a contar resumidamente sobre Milão: a cidade me surpreendeu! Provavelmente porque eu tinha ouvido falar muito "mal" sobre a cidade, todo mundo dizia que é uma cidade chata pra turistas, que é a São Paulo (ou Frankfurt?! Desculpem-me os paulistanos) da Itália, onde só se vai pra fazer negócios mas não pra passear. Mas sinceramente, Milão é uma cidade linda! É limpa, muitos prédios antigos muito bem preservados, parques, cultura, lojas pra todos os gostos e ótimos restaurantes e bares. 


Pra quem quer fazer compras é um prato cheio, mas mesmo pra quem só quer caminhar e conhecer, também vale a pena. Um dos pontos altos da cidade é a Catedral Duomo de Milão, que fica ao lado de uma das galerias mais famosas da cidade, a Galleria Vittorio Emanuele II, que também merece uma visita mesmo que seja só por sua arquitetura belíssima. É em Milão também onde está pintada a "Última ceia" de Leonardo Da Vinci, mas infelizmente não pudemos vê-la já que era preciso fazer reservas com até 2 meses (!!!) de antecedência pra poder entrar no monastério onde ela foi pintada na parede...


No dia seguinte partimos cedo com o trem das 07:25 para Veneza. Uma dica é que o trem desse horário de ida e o de volta às 17:00 horas custam apenas 17 euros, trecho Milão - Veneza. Mas talvez o ideal mesmo seja ir cedo e voltar no da tarde do dia seguinte e passar a noite em Veneza pra curtir um pouco mais. Nós tínhamos a agenda cheia portanto só passamos umas 6 horas em Veneza, já que a viagem de trem demora em torno de 3 horas e meia.

Veneza é uma cidade como nenhuma outra que eu já conheci. Ao invés de ônibus as pessoas usam barcos, não se vê um pedaço de grama e árvores são raras e acho que existem pelo menos 10 vezes mais turistas do que moradores da cidade. Nós fomos no que eu imagino ser uma das baixas estações e mesmo assim, em certas partes mal se conseguia caminhar de tanta gente. Na parte bem turística da cidade parece que tudo é voltado 100% aos visitantes.


A impressão que dá é que só existem restaurantes italianos (com menus que vão do português ao japonês) e lojas de souvenirs com máscaras venezianas. Por sorte, antes do nosso dia acabar, quando alguma das meninas já estavam cansadas de andar, uma amiga quis ir comigo passear por algumas ruazinhas próximas à estação central. Foi uma caminhada de mais ou menos 1 hora, mas que aproveitei muito melhor que as anteriores. A área que conhecemos era tão linda quanto a parte turística, com a diferença que estava completamente vazia. Se via uma ou outra pessoa passando, mas a gente pode tirar fotos das pontes, casas, barcos...tudo sem um monte de cabeças na frente!


Outra dica sobre Veneza é que se você for passar poucas horas nem sempre vale a pena comprar o bilhete de barco...talvez só de ida, porque na verdade dá pra ir caminhando pra todo lado e o bilhete de barco pra 12 horas é bem salgado (16 euros). Também não passeamos de gôndola, porque custava 80 EUROS (!!!!) por pessoa, 50 minutos. Aliás, Veneza num geral é uma cidade muito, muito, muito cara! Um café "americano", como eles chamam, que é um café comum, numa cafeteria bem normalzinha (leia-se "nada de especial") me custou 4 euros. No almoço comi spaguetti com molho de tomate e manjericão e legumes grelhados, em um restaurante também bem "average", só que bem no centro de Veneza, por 18 euros. Mas tudo bem, era apenas um dia, e um dia bem especial. E se tem uma coisa boa na Itália é a comida. Não comi nada que não fosse delicioso.


No último dia fomos de trem para Lago di Como, que fica ao norte de Milão, apenas 1 hora de viagem. A passagem custou apenas 4,45 euros por trecho, num trem super moderno e confortável. A cidade é pequena e fica à beira do famoso Lago Como, é muito charmosa, com uma quantidade bem menor de turistas, preços bem mais camaradas e com muita beleza pra oferecer. O que mais valeu a pena mesmo foi um passeio de 30 minutos de barco pelo lago, por apenas 5 euros. A paisagem é de tirar o fôlego e ficou ainda mais especial com as cores do outono. Super recomendo!

Terminamos o dia de volta à Milão, com uma parada rápida na loja Solaris onde se encontra óculos das marcas mais famosas com um ótimo preço e garantia de qualidade e autenticidade. Depois fomos à um bar em Porta Ticinese, uma rua cheia de barzinhos à beira de um canal, o lugar tinha um buffet maravilhoso, música ao vivo e ótimos drinks por um preço razoável.


Pra resumir, foi uma viagem para todos os gostos! Muita coisa pra se ver, comer, beber, tirar fotos...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Pra sobreviver ao outono!

Existe um expressão famosa em sueco que diz: "Det finns inte dåligt väder, bara dåliga kläder", que significa: "Não existe tem ruim, só roupas ruins". Se isso é mesmo verdade, bom, vai de cada um. De vez em quando aparecem tempestades terríveis em que roupa nenhuma dá conta!

De vez em quando recebo perguntas sobre como é o outono, clima e etc. Pessoalmente, eu adoro o outono. Acho gostoso o clima mais frio, as folhas mudando de cor e caindo, os dias de chuva... A temperatura varia muito mesmo. No outono tudo é possível, 15 graus com sol ou 3 graus e muita chuva e vento. Algumas noites chegando à 0.


Eu não sei bem como funciona, mas durante o outono é muito comum o tempo mudar drasticamente e uma tempestade  se formar pelo encontro de pressões diferentes no ar e coisas assim. Em Gotemburgo já é bem conhecido que o outono é época de muito vento e chuva.

Pra poder aproveitar a cidade mesmo assim, sendo à passeio ou mesmo porque você precisa sair de casa pro trabalho, faculdade ou escola, é preciso certas precauções. Afinal, você não quer ficar ensopada e morrendo de frio, certo?

Indispensável para um gotemburguense:

* Capa de chuva: O modelo, cor e etc depende do gosto de cada um, mas o importante é que seja realmente à prova d'agua, de preferência que proteja bem do vento, comprida pra cobrir boa parte do corpo e com forro por dentro pra te manter aquecida(o).


 * Guarda-chuva: Eu raramente saio de casa sem meu guarda-chuva na bolsa! Indispensável.

 * Bota de galocha: Acho que quase todo gotemburguense tem pelo menos uma bota de chuva de borracha. O ideal são as de cano alto, no caso de você pisar numa poça d'agua... Além do mais, são fáceis de limpar. É bom comprar um pouco grande pra que você possa usar com uma meia grossa por baixo caso esteja bem frio.




 Sem desculpas pra não poder sair de casa!!! Vou indo me arrumar que jájá estou indo viajar! Volto em breve!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Só na Suécia...

Já perceberam que está virando comum eu escrever posts chamados "só na Suécia..."? Acho particularmente que descreve bem a minha intenção, porque "vira-e-mexe" eu me deparo com situações bizarras em que eu penso: "Só podia ser na Suécia mesmo pra isso acontecer..."


Uma delas recentemente foi uma reportagem que na verdade li no globo.com em que um alce invadiu um asilo de idosos em Alingsås, cidade que fica aproximadamente 30 minutos de trem de Gotemburgo. O alce quebrou um vidro e entrou na casa, perdido e/ou perturbado! Ele foi trancado num dos quartos e depois de um veterinário examiná-lo ele foi solto de volta à natureza. Os velhinhos foram levados para um outro local e ninguém se feriu, afinal alces são geralmente animais inofencivos. 



Nessa horas eu fico pensando que realmente a polícia sueca tem muito pouco o que fazer...hehehe.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

48 horas em Estocolmo

 Algumas semanas atrás recebi um email em que fui convidada à participar de um congresso em Estocolmo, de uma organização não-lucrativa de estudantes da área de ciências, chamados em sueco de Naturvetarna.

À princípio eu mal sabia como a organização funcionava, mas achei que seria uma boa conhecer melhor e aceitar essa super oportunidade! E de fato, não me decepcionei. Fui pra Estocolmo no dia anterior, já que o congresso começaria de manhã e a viagem de trem bala leva 3 horas. Por sorte, uma das minhas amigas da faculdade é de Estocolmo e fazia parte dos organizadores do congresso, então eu pude dormir a primeira noite no apartamento da família dela.



No dia seguinte fomos juntas para o congresso, que foi em Gamla Stan, o bairro antigo de Estocolmo... Sem dúvidas um dos lugares mais lindos da Suécia. Por sorte tudo foi organizado para acontecer no mesmo bairro, mais precisamente poucos metros de distância, tanto o local do congresso, os restaurante onde almoçamos sábado e domingo e jantamos no sábado á noite e o hotel em que ficamos uma noite.

Gamla Stan é um lugar muito especial, com ruas super estreitas com paralelepípedos. Os turistas estão pra todos lados, o ano inteiro.



Eu mal podia acreditar na minha sorte, ficamos hospedados com tudo pago em um hotel super charmoso, chamado "Rica hotel - Gamla Stan", com um estilo antigo, sem muita ostentação mas de ótima qualidade.


Minha amiga Emelie, que estuda nutrição na mesma classe que eu:



Sabe, às vezes eu esqueço o quanto Estocolmo é linda! No domingo tivemos 3 horas livres entre o fim do congresso e a partida do nosso trem de volta para Gotemburgo. Aproveitamos para passar esse tempo caminhando pela cidade e aproveitando o dia lindo que estava fazendo.



Estocolmo é um arquipélago, ou seja, formada por ilhas. Uma delas é Skeppsholm, que fica bem próxima ao centro, e onde fomos durante a nossa caminhada. Na ilha ficam alguns museus mas só a ilha em si já tem muito pra se ver e conhecer.



E as cores do outono só deixaram a vista ainda mais bela...


No meio disso tudo eu só tive um problema: um trabalho da faculdade em que eu tenho que escrever durante sete dias TUDO que eu comer e beber, o horário e o tamanho/peso. Nessa eu tive que sempre explicar porque eu sempre anotava o que eu comia e tirava fotos com celular, senão com certeza eu parecia bem neurótica! Mas isso não me impediu de alguns "pecados" como esse sorvete maravilhooooso italiano comprado na Galerian de Estocolmo...


Falando em Itália, quinta-feira vou viajar para Milão com algumas amigas brasileiras! Estou super animada com a viagem! Em breve coloco fotos no blog :)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Gullbergskajen - O cais dos sonhadores...





Num dos nossos passeios conheci um novo roteiro em Gotemburgo: Gullbergskajen.  Também conhecido como o cais dos sonhadores.

Por que? Bom, é claro que é um cais, um lugar onde as pessoas podem deixar seus barcos "estacionados", e também tem um aluguel bem barato, ou seja, ali não tem nenhum "barcão". Na realidade, o local é um tanto decadente, pois a maioria dos barcos estão caindo aos pedaços... e por isso também que se chama cais dos sonhadores, porque os donos sonham um dia consertar seus barcos e poderem voltar a navegá-los... mas a maioria está tão estragado que o conserto sairia mais caro que comprar um novo, o que faz essa idéia uma utopia que nunca será realmente realizada.



Mas o caminho ao longo do cais é bem bonito e de certa forma poético, afinal a decadência também tem sua beleza. Ou talvez seja apenas um conjunto bem harmônico de barcos que um dia velejaram pelos mares escandinavos...Não sei. O lugar fica próximo ao centro e vale a visita.


Håkan Hellström escreveu uma música sobre o lugar...



 Ps.: Peço desculpas pelos constantes erros de português, eu juro que tento ao máximo evitá-los! Mas quanto mais sueco eu falo, mais esqueço minha língua nativa. Um bom motivo pra eu ter um blog e praticar, certo?


domingo, 9 de outubro de 2011

Um pedaço da Thailândia em Gotemburgo...

Sabe, eu falo muito sobre comida aqui no blog, né? Mas como vegetariana e estudante de nutrição acho que é meio óbvio que realmente comida é um grande interesse que eu tenho! Senão seria bem complicado...


 Esse fim de semana fui com o Eric conhecer um restaurante no centro de Gotemburgo que tinhamos visto um tempo atrás e esquecemos de visitar. Resolvemos assim meio por acaso ir no tal restaurante thailândes, do lado de fora parece com qualquer outro restaurante, num prédio antigo sueco, nada de mais. Se chama: Moon Thai Kitchen.

Mas quando a gente entrou, logo viu que aquele lugar era bem especial...




A primeira impressão com certeza é a decoração. Provavelmente o lugar mais exagerado que eu já vi, parece que a Thailândia "cuspiu" no restaurante. São tantas cores, flores, luzes, pinduricalhos... Cada coisa em si é mais brega que a outra, não tem como negar. Mas a mistura é tão exagerada, é tudo tão "tão", que vira uma coisa muito especial. Ou seja, a breguisse vira na realidade, bom gosto!

O lugar é meio apertado já que tem tanta coisa pra todo lado, tanta mesa e tanta gente. O melhor é reservar uma mesa com antecedência se você for de noite num fim de semana. Mas por sorte, como éramos só dois conseguimos uma mesa pequena e aconchegante depois de uns 5-10 minutos de espera.

A mesa ficava num canto próximo ao bar, como aparece na foto abaixo, mas era coberta de três lados, de forma que ficava parecendo uma cabana com uma vista para o resto do restaurante.



O movimento do local é intenso, não consigo nem imaginar como deve ser trabalhar ali. Os funcionários usam roupas típicas e foram extremamente simpáticos, um ótimo atendimento.

Para nós vegetarianos, podíamos escolher qualquer prato do cardápio e pedir que o fizessem sem a carne, e no nosso caso pedimos também que adicionassem tofu. A porção é bem generosa! Mas a comida estava tão deliciosa que não tinha como não comer tudo.


Pedimos também uma sobremesa com 3 tipos diferentes de sorbet tropicais, que vem decorado com frutas exóticas, ainda bem que íamos dividir, porque era muita sobremesa pra uma pessoa só.

Os preços são mais ou menos o mesmo da maioria dos restaurantes do centro da cidade fora do horário de almoço. Um prato custa entre 100 - 150 coroas suecas (25 - 35 reais), a maioria das cervejas custam mais ou menos 50 coroas (12 reais, praticamente o mesmo preço de qualquer lugar em Gotemburgo). A sobremesa era mais "salgada", comparando com a comida, em torno de 90 coroas, 21 reais.

Já no almoço um prato custa - se não estou enganada - 75 coroas, 18 reais.

 

Mas toda essa experiência valeu cada centavo, ou melhor, öre sueco. Tanto eu quanto o Eric sentimos como se tivessemos visitado um outro país, completamente diferente de qualquer outro lugar sueco. Eu definitivamente recomendo!

Pra quem quiser visitar estando em Gotemburgo, o endereço é Storgatan 1, Vasastan. Tem também um segundo restaurante, que fica no bairro Masthugget, na rua Repslagaregatan 7.


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sopa pra um dia cinzento...

O outono chegou e nada melhor do que uma sopa pra um dia cinza e frio. Tenho estado ausente porque essa semana tenho duas provas, uma da faculdade, de estatística na sexta-feira! Pense numa matéria interessante...hehehe

Mas a outra prova é de francês, que comecei a estudar esse semestre e faço aula nas quartas à noite. Na verdade é um sonho que eu tenho há anos e que finalmente estou realizando. Pra essa prova eu não acho ruim ter de estudar, mas bem que podia ser semana que vem...enfim.

Então inspirada pela França, vou passar uma receita de sopa de cebola francesa, que fiz um tempo atrás e que é uma delícia!


Ingredientes:
  • 2 colheres de sopa de azeite de oliva
  • 700g de cebola cortada em rodelas finas (eu usei cebola comum, cebola roxa e alho poró)
  • 2 dentes de alho picados
  • 2 colheres de sopa de farinha de trigo
  • 2 cubos de caldo de legumes
  • 250ml de vinho branco
  • 1 folha de louro
  • 2 ramos de tomilho
  • 1/2 baguette fatiado
  • 100g de queijo ralado
  • 1 litro de água 
  • Pimente do reino á gosto
Modo de preparo:

Refogue as cebolas fatiadas e o alho no azeite. Refogue em fogo baixo, mexendo frequentemente, até ficarem douradas. Adicione o louro, o tomilho e a farinha e cozinhe por 2 minutos. Aos poucos misture o caldo de legumes, a água e o vinho e deixe ferver. Cubra a panela e cozinhe por uns 30 minutos.
Desligue o fogo e retire a folha de louro e os ramos de tomilho.
Leve ao forno as fatias de baguette (eu coloquei um pouco de azeite por cima) até ficarem levemente torradas e retire.


Se você tiver pratos fundos de cerâmica você pode gratinar a sopa que fica ainda melhor. Divida a sopa nos pratos, coloque algumas fatias do pão por cima e o queijo por cima, leve ao forno até o queijo derreter e sirva em seguida.

Eu coloquei o pão no prato e joguei o queijo por cima e ficou uma delícia também.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dicas de caminhadas por Gotemburgo


 Esses dias o Eric pegou emprestado na biblioteca esse livro: "Göteborgarnas promenadguide" ou melhor: "O guia de caminhadas dos gotemburguenses".

O livro contém dicas de trilhas e passeios no centro da cidade ou nas redondezas. São 92 passeios, alguns mais interessantes que outros. Cada um ocupa 2 páginas, como mosta na foto abaixo:


O livro é ótimo! Conta resumidamente o que o passeio tem a oferecer, os pontos altos, como chegar lá de carro ou ônibus/bonde, se é uma caminhada mais tranquila ou mais pesada, e mostra fotos das paisagens no caminho, em diferentes estações do ano.

Tanto eu quanto o Eric adoramos fazer caminhadas, a Bella então nem se fala. Ela sempre fazendo suas "coisas de cachorra", cheirando tudo cuidadosamente, verificando os lugares novos e observando os possíveis perigos.

Semana passada fomos para uma trilha chamada "Jättegrytorna" ou traduzindo "As panelas gigantes". O passeio passa por Örgryte, um dos bairros de classe-alta de Gotemburgo, com mansões, casas e prédios antigos e lindos, bem central, próximo à parada "Korsvägen". A trilha mesmo fica bem de frente ao parque de diversões Liseberg, do outro lado da rodovia.


Não dá pra ver muito bem nessa foto, mas isso que eu estou olhando é uma das "panelas gigantes".  Esse tipo de buraco é uma depressão em uma rocha, que durante a era glacial, foram formadas por água corrente que passou ali com uma pedra grande junto à pedras menores e areia e pequenas, que giraram em torno de um vortex por um longo tempo. Meio complicado, eu sei, espero que dê pra entender.

Segundo a placa de informção do local, essa depressões em rochas foi chamada assim por no passado terem acreditado que os gigantes habitaram esses locais e usavam os buracos enormes para cozinhar sua comida... Aiai, haja imaginação!!!


Já esse fim de semana foi a vez do Eric escolher o nosso destino no guia, e fomos para um lugar chamado "Säveån", sendo "ån" rio em sueco. A maior parte da trilha beira o rio e é um passeio bem tranquilo e fácil.


O difícil foi encontrar o começo da trilha, porque o ponto de ônibus em que descemos ficava numa área industrial, num lugar bem esquisito, quase chegando na "kommun" Partille. A sinalização poderia ser melhor, mas enfim. O passeio valeu a pena e acho que todos curtimos bastante, a Bella com certeza adorou.


No próximo fim de semana é a minha vez de escolher o nosso passeio, quem sabe em alguma das ilhas ao redor de Gotemburgo?


domingo, 25 de setembro de 2011

Um pouco de feijão com arroz

Entre os brasileiros que moram no exterior ou que passam bastante tempo, um dos comentários (e/ou reclamação) mais comuns é sobre a comida.
Muita gente acha estranho se comer tanta batata na Suécia, mas o contrário também acontece. Todo estrangeiro que eu conheço que já visitou o Brasil comenta que acha curioso os brasileiros comerem arroz com feijão todo santo dia, que até que é gostoso, mas que depois de alguns dias fica meio "cansativo". 

Eu não acho que sueco come tanta batata assim...E sinceramente eu não vejo nada de errado na culinária sueca, mas essa é minha opinião.


Enfim, de vez em quando é bom poder "matar a saudade" e comer a comida que se come no Brasil. Essa semana fui no restaurante brasileiro, chamado Ipanema, aqui em Gotemburgo e comi arroz, feijão, farofa com ovo, vinagrete...e de sobremesa pudim! Uma delícia. Pra ser bem sincera eu não fui lá por causa da comida, e sim porque uma das minha melhores amigas é a cozinheira e eu estava com mais saudades dela do que da comida brasileira! hahaha


Mas pra quem estiver por aqui e quiser sentir um pouquinho do gostinho do Brasil, eu super recomendo o restaurante!

Todas as sextas de noite tem música brasileira, mas ainda não fui lá conhecer.

O restaurante fica na rua Bangatan 8, em Majorna. A parada de bonde mais próxima é "Stigbergstorget", bondes 3,9 e 11. E o site do restaurante é www.restaurangipanema.se